Grupos do movimento Camisas Vermelhas deixam a cidade em chamas. Há mais dois dias de recolher obrigatório.
O governo tailandês anunciou ontem que está a conseguir restabelecer a ordem em Banguecoque e a acabar com os núcleos de resistência. Mas mesmo assim vai haver mais duas noites de recolher obrigatório em Banguecoque e em mais 23 províncias do país. A ofensiva custou a vida a seis pessoas, entre as quais, um jornalista italiano, e feriu outras 58. Pelo menos mais nove pessoas terão morrido no templo Wat Pathum Vanaram, um refúgio dos Camisas Vermelhas.
Em clima de guerra civil, a Tailândia passa por uma nova vaga de acções de guerrilha, mas a situação é agora mais complicada, já que não há uma direcção centralizada com a qual o governo possa negociar. Abhisit Vejjajiva, primeiro-ministro, já prometeu pacificar o país. "Quero que as pessoas confiem que o governo tem a intenção de ultrapassar esta crise", garantiu ontem, em entrevista a uma estação televisiva, em que acrescentou que a operação militar tinha sido conduzida de acordo com as "normas internacionais".
Considerada "necessária" pelo ministro das Finanças tailandês, a intervenção militar e os mais de dois meses de confrontos vão ter, diz o ministro, um impacto negativo na economia do país. "Depois de os Camisas Vermelhas se terem rendido, as coisas estão fora de controlo", afirmou Kavee Chukitsakem, presidente-executivo da Kasikorn Securities. O analista acrescentou ainda que "se a situação não melhorar rapidamente, toda a economia irá ser gravemente afectada". A opinião é partilhada por Joseph Tan, economista chefe para a Ásia do Credit Suisse, para quem "o risco político subiu. Aconselhámos os nossos clientes a diminuírem a sua exposição ao mercado tailandês", disse.
Desde quarta-feira que o exército retomou o controlo da cidade, onde há mais de dois meses, estavam acampados os manifestantes do movimento Camisas Vermelhas. "O Centro de Gestão das Situações de Crise (CRES), presidido pelo primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, decidiu impor o recolher obrigatório para garantir a segurança e lutar contra as actividades", justificou Dithaporn Sasasmit, porta--voz do exército.
A operação, que o executivo dizia ser a ofensiva final que ia acabar com os confrontos, provocou nas primeiras horas uma nova escalada de violência, com cerca de 35 edifícios a serem incendiados pelos opositores que não seguiram o exemplo dos principais líderes, que se renderam e apelaram à desmobilização. O Central World, o maior centro comercial da Ásia, o primeiro andar do edifício da bolsa, a estação de televisão Channel 3, bancos e centros comerciais, foram alvos das manifestações, que alastraram a outras partes do país. Foram ainda incendiados os edifícios da câmaras municipais em duas cidades do Noroeste da Tailândia.
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